Como saber se minha cadela tem piometra ou tumor é uma pergunta difícil de responder. Por se espalhar de forma silenciosa, existe a forte campanha do outubro rosa, um momento para que mulher esteja atenta aos menores sinais à presença de um vilão silencioso que pode encurtar sua vida. O câncer tem esse poder, o de se instalar sem ser percebido. Mas ainda há quem sinta sua embrionária presença por meio da palpação. Esse mesmo procedimento pode ser útil para salvar a vida dos nossos mamíferos de estimação.
Mas quando o problema é interno, como detectar?
Como saber se minha cadela tem piometra ou tumor se nem mesmo mulheres sentem o perigo que lentamente ganha espaço no aparelho reprodutor?
A pergunta faz sentido, ainda mais porque muitos tutores, ao perceber o incômodo em suas mascotes, descobrem tardiamente que uma intervenção precoce teria, se não cortado, pelo menos reduzido as conseqüências advindas de tumores e patologias no tecido uterinos e ovariano.
No que diz respeito ao útero, felizmente outro é o problema que ganha nas estatísticas. A infecção uterina, também conhecida por piômetra, é mais comum do que tumores e seu prognóstico costuma ser positivo assim que removido cirurgicamente o órgão envolvido. Da mesma forma para obter sucesso, deve estar a paciente em boas condições de saúde.
No entanto, a infecção só começa a ser considerada se o tutor perceber as sutis alterações no comportamento de sua mascote. Isso fica mais fácil se as alterações vierem acompanhadas de secreção vaginal, uma descarga que denuncia o comprometimento. Quando esse é o quadro, a mascote está sofrendo com o que chamamos de piômetra aberta, o que se caracteriza pelo escoamento do material infeccioso.
Essa particularidade, porém, faz toda diferença no prognóstico. Isso porque piômetras fechadas, além de levarem mais tempo para ser detectadas, tem desenvolvimento silencioso. Sendo assim, o estado geral da paciente é afetado e passa também a sofrer com acidose metabólica, um quadro que exige internamento e que precisa ser rapidamente revertido.
Abaixo algumas dicas para você desconfiar que sua mascote pode estar com problemas no aparelho reprodutor:
- apatia;
- febre;
- histórico familiar com referências semelhantes;
- histórico de abortos;
- uso de anticoncepcional canino;
- sensibilidade abdominal (a mascote levanta e deita com mais cuidado em função da dor);
- repentina vontade de encostar o abdomen em pisos frios;
- descarga de cor verde ou amarela no local onde ela dorme ou passa mais tempo;
- aumento do volume abdominal independente das refeições;
- histórico de gestações psicológicas;
- presença de cio dois meses antes da instalação dos sinais clínicos;
- interesse sexual do macho mesmo não havendo cio (em função do odor);
Embora seja mais comum em fêmeas com idade superior a sete anos, as mais jovens não estão isentas de desenvolver piômetra. Já infelizmente, tumores de útero e ovário são de difícil identificação e quase sempre se faz necessário auxílio de imagens (ultrassom ou tomografia) para se certificar do envolvimento dos órgãos. Tumores de mama podem ser sentidos por dedos experientes no assunto, mas o tratamento exige mastectomia de toda a cadeia lateral. Além disso, é preciso suprimir a fonte hormonal, ou seja, os ovários, tecidos que também precisam ser removidos.
E é para não ter a menor possibilidade de passar por essa experiência que alguns tutores preferem remover útero e ovários.
Mas atenção!!
Mesmo cadelas e gatas castradas podem apresentar tumores no aparelho reprodutor. Para quem pensa em castrar sua mascote, é necessário remover, em sua totalidade, tecidos uterinos e também os ovarianos. Caso contrário, não estará sua mascote livre de desenvolver piômetra de coto de útero anos mais tarde.