Ter mais um cachorro ou gato em casa? A história que segue mostra a importância de se responder às 6 perguntas antes de adquirir seu segundo animal de estimação.
Quando Pedro fez cinco anos, o tão sonhado cão labrador aterrissou em sua sala. O problema foi quando Sophia, a irmã mais nova, atingiu a mesma idade. Consequentemente, lá foi ela exigir os mesmos direitos. O mais desejado presente de aniversário já tinha até nome. E era um gato.
Um é pouco, dois é bom, mas quando o assunto é animais de companhia, cuidado! Ter mais um cachorro ou gato na mesma casa pode ser um osso duro de roer. E o que dizer de um cão com um gato? A alegria trazida com um mascote às vezes encoraja seus donos a aumentar a família pet, mas o que era para gerar momentos felizes pode comprometer a rotina ( e o bom humor) de toda a família.
O contrário, porém, também existe. O que dizer então de quem tem (e adora!) 36 gatos? Contudo, mesmo conhecendo muito bem os integrantes da família e seu carinho pelos pets, ninguém está livre de superar alguns atropelos. Antes de animar a família com a chegada de mais um bichinho, alguns itens devem ser considerados para que o mais novo integrante se adapte e seja bem recebido por todos.
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1. Meu mascote é tão sozinho…
Mas se você está pensando em adquirir um amiguinho para seu pet, atenção! Seu bichinho pode estar acostumado a ficar sozinho e até mesmo gostar disso. Gatos, principalmente eles, são bastante refratários à introdução de um companheiro por serem mais territorialistas. O comportamento de “essa casa é minha” também pode ser visto em alguns cães, ainda mais quando sentem que as atenções da família estão agora voltadas ao novo integrante. Porém, devido ao instinto agregador herdado de seus ancestrais, cães costumam se aceitar depois de algum tempo. É imprescindível que a família esteja presente e atenta à possibilidade de haver o cão alfa, o líder, fato que pode exigir acompanhamento de um adestrador.
2. É tão bom ter um… Quem sabe dois é ainda melhor?
Antes de partir para ter mais um cachorro ou gato, ou seja, o mascote número 2, imagine um final de semana chuvoso em casa na companhia de dois pets peludos. Quem costuma higienizar seus cães em casa vai se dar conta de que não há toalha, cobertor e espaço suficientes para dois animais viverem em harmonia. Isso porque os ânimos podem se acirrar entre eles por espaço, comida e atenção. Além disso, cuidado redobrado ao pet mais antigo da casa. Ele pode ficar triste, apático, agressivo e até doente com o colega de quarto. Paralelamente pode ocorrer a indisciplina, o que também costuma pegar os donos de surpresa. O animal pode protestar a presença de outro pet urinando pela casa.
3. Completar um casal
Essa combinação é uma das possibilidades que apresenta maiores chances de êxito, mas lembre-se: nada é uma regra absoluta. Além disso, os animais podem se estranhar no começo, porém, em se tratando de um casal, o tempo pode mostrar que nasceram um para o outro. Mas atenção que um pode mandar no outro! Não raro um deles assume uma postura submissa e, em função disso, talvez tenha de ser consultado um adestrador. A maneira como esse segundo mascote é introduzido na família é fator decisivo para o bom relacionamento entre os animais.
4. Ter um descendente de seu melhor amigo
Mascote não são eternos. Por outro lado, desejar ter um filho dele não deixa de ser uma forma de manter um pedaço dele ao seu lado. Saiba ainda que ficar com o filhote de uma fêmea é uma maneira tranquila, amorosa e divertida de ter um segundo pet. Os laços entre mãe e filho são facilmente construídos, o que não acontece se você é dono do macho. Nesse caso, filho pode ser um intruso como outro macho qualquer.
Acima de tudo, o que vale, quando o assunto é descendência, é a perpetuação do afeto, um filho de seu pet. Mas cuidado na adaptação de pais e filhos, principalmente machos. Não obstante a isso, recomeda-se à família que decide pelo descendente de seu mascote, que o ideal é ter entre eles uma diferença de pelo menos quatro anos com vistas a um convívio saudável para todos. Dessa forma, um envelhece antes do outro e você não fica com dois animais idosos em casa.
5. Atender ao pedido
Você casou e levou seu hamster para o novo lar. Sua esposa, porém, sonhava em estar casada e viver ao lado de seu marido e de…. um gato persa! Atender a um pedido de filhos ou conjugues não pode seguir a emoção. Manter os gêneros não é regra de sucesso. Cães e gatos podem viver muito bem e dividir a mesma cama, mas é melhor conhecer seu pet antigo e não subestimar seus instintos mais primitivos. Gato continua sendo gato, e aquela cocota pulando de uma poltrona para outra pode se transformar em um bom brinquedinho.
6. A família tem condições de atender às necessidades de dois mascotes?
Não basta ter afeto. A princípio, dois mascotes são dois mascotes, e as doenças, assim como eles, podem vir em dobro. Isso sem falar nas adaptações. Pensar apenas no lado divertido e negligenciar o bem-estar dos animais é o primeiro erro que se comete ao ter mais um cachorro ou gato. A menos que você more em uma casa grande, pense no que estará fazendo se colocar em um pequeno apartamento mais um para dormir.
Além disso, se o novo pet é um gato, talvez você deva investir em telas de proteção. O animal pode se sentir ameaçado pelo outro pet e dar um voo cego através da janela. Atenção dobrada para quem tem filhos pequenos. Além de não haver garantias de que vão seguir as novas regras de convívio, crianças pequenas não tem a real dimensão do assunto, podendo promover verdadeiros confrontos entre os animais e, o que é pior, estar no meio deles.
Por fim, as últimas considerações.
Com vistas à chegada de mais um integrante da família pet, seus tutores devem estar consciente de que outras regras podem ser necessárias. A adaptação do novo integrante pode exigir tempo e dinheiro por tempo indeterminado. Por exemplo: ter que sair duas vezes para a rua porque os animais não conseguem caminhar juntos não estava nos planos originais. Da mesma forma, pode ser necessário deixar um gato dormindo em um espaço separado, ainda mais quando o outro já deixou claro que a área de serviço é só e exclusivamente dele. Sendo assim, o ideal é fazer um teste antes da aquisição definitiva para ver como todos se comportam. E lembre-se: a pressa é inimiga da perfeição. Ainda que seja essa a vontade dos tutores, acelerar a aceitação entre os animais é meio caminho rumo ao fracasso do bom relacionamento.