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Ansiedade de separação
Se os cães são animais sociais e precisam do grupo para sobreviver, imagine o que representa a ausência freqüente ou até permanente de seu líder? Férias, intercâmbio, divórcio, ingresso de um filho na universidade, casamento e saída de um integrante da família de casa são algumas das situações que fazem com que seu mascote se sinta inseguro. Na medida do possível, cães precisam ser preparados para enfrentar separações prolongadas ou definitivas de seus donos.
Alteração de rotina
Da mesma forma, ainda que involuntária, a separação interrompe a rotina de um mascote. Por conseguinte, mais uma fonte de ansiedade se instala, embora outras mudanças possam contribuir para que o cão se sinta inseguro. Algumas situações de alteração de rotina podem potencializar seus sentimentos de abandono. Como exemplo, reforma na casa, chegada de um bebê e mudança de endereço. Esses acontecimentos podem alterar hábito e horário de passear na praça, bem como a freqüência da alimentação. Apesar de serem menos comuns, episódios mais traumáticos, como assalto e redução da renda familiar, também refletem no comportamento dele.
Territorialidade
Para garantir sua sobrevivência, animais precisam garantir seus territórios. A chegada de um novo mascote, o gato do andar de cima e o cachorro da vizinha que não para de latir podem representar uma ameaça ao espaço onde o cão reinava soberano, o que também é motivo de inquietude.
Estresse do dono
De fato, cães são verdadeiras esponjas. O olfato apurado e sua grande sensibilidade são características que o permitem filtrar as animosidades dentro do lar. Portanto, por mais que tentem disfarçar, a mulher que não se sente bem no casamento não passam desapercebidas pelo cão. Assim como pais e filhos com relações estremecidas, desafetos promovem reações metabólicas extremamente sutis. No entanto, o olfato de seu mascote percebe essas alterações para ele preocupantes. O desânimo de seu dono, que também pode ser resultado de um ambiente de trabalho hostil, acaba afetando o bom humor do mascote.
Patologias
Você consegue assistir tranquilamente um capítulo de sua novela preferida com dor de cabeça, cálculo renal ou cólica menstrual? Então com seu pet não é diferente. Muitas vezes a falta de energia de seu mascote não está relacionado ao ambiente, mas ao organismo dele. Doenças em fases iniciais desaceleram os animais que passam a ter comportamentos estressantes que preocupam seus tutores.
Sinais inquietantes
Os sinais de que seu cão está estressado variam de acordo com a raça, a sensibilidade animal e o tempo de duração das razões que o preocupam. Os mais comumente observados pelos donos são desânimo e falta de apetite em um animal que fica boa parte do tempo deitado e quieto.
Por outro lado, cães, em especial os mais jovens, podem assumir um comportamento mais frenético. Latidos incessantes, uivos e até rosnadas para um integrante ou empregado da família são formas de protestos. Da mesma forma, escavar buracos no jardim, urinar fora do local habitual, roer objetos e até partes do próprio corpo também são relatadas. Ou seja, comportamento inquieto chama a tenção para o estresse canino.
Exceção feita às patologias, não é difícil a um dono atento perceber as razões que fazem de seu cão um animal estressado. Se ao entrar no carro ele começa a tremer, talvez o destino do passeio não seja a ele conveniente, o que pode acontecer com pet shops e casa de outras pessoas com as quais o animal não nutra afinidade.
Nesse mesmo sentido se encontram as empregadas domésticas que não gostam de animais. Esse desafeto faz com que os cães se escondam ou passem boa parte do tempo em determinados cômodos da casa, preferencialmente aqueles onde há pouco trânsito dela. Aliás, situação difícil de ser contornada é justamente o convívio com pessoas hostis à presença do mascote. Não obstante a isso, o pet ainda pode sofrer maus tratos na ausência do dono. Sendo assim, todas essas situações contribuem para gerar uma tensão constante que modifica o comportamento do seu cão.
Considerações finais
Tendo como princípio a necessidade de afeto, segurança e rotina, os proprietários devem se reorganizar nesse sentido, o de recuperar a vitalidade e o bom humor aos seus mascotes. Acima de tudo, seu pet precisa compreender que terá de volta aquilo foi perdido. Mudanças acontecem, e o cão precisa de ajuda para recuperar a autoestima e a confiança em seus donos. Uma boa dica é dedicar alguns momentos do dia para seu pet e não economizar em mimos e carinhos, não esquecendo que estresse prolongado gera doenças.
Mas atenção: conforme passam os anos, cães tornam-se senis e muitas vezes mais lerdos e menos propensos à interação. Saiba que esse comportamento não tem a ver, necessariamente, com estresse.