Complicações no parto de gatos pode levar a mascote à morte. Para piorar a situação, para a maioria das pessoas parto é um mundo desconhecido. Sendo assim, ele não sabe se está diante de complicações no parto de gatos ou se aquilo que vê nada mais é do que fisiologia de um parto natural. A seguir alguns exemplos que você deve ficar atento pois quanto antes a intervenção, melhor para a saúde da gata e de seus filhotes.
Se tiver tempo, saiba um pouco mais sobre o parto normal de gato clicando aqui.
Complicações no parto de gatos
Parto precoce
Embora o período gestacional médio seja contado a partir do primeiro acasalamento, muitas gatas podem ter seus filhotes antes dos 60 dias. A partir de 56 dias (data da primeira cobertura) em alguns casos os filhotes já estão prontos para nascer, embora com sinais evidentes de imaturidade sendo possível a morte de alguns deles. Antes desse prazo é considerado aborto e os fetos não sobrevivem. Investigue o histórico familiar dessa mascote sobre partos precoces. O mesmo deve ser feito com a família do macho.
Parto atrasado
Qualquer gestação que exceda 64 dias a partir da data do primeiro acasalamento é considerada anormal. Se sua mascote e os filhotes estão bem, é possível que o parto seja induzido por meio de hormônios. NEM PESE EM FAZER ISSO SOZINHO!!!! Sem auxilio veterinário, a simples aplicação deus hormônio pode promover descolamento placentário, morte e retenção fetal.
Algumas medicações, hipotireoidismo e involução retardada do corpo lúteo também justifica o quadro de atraso. Da mesma forma, obesidade é outra causa porque pode causar fadiga precoce. Idade avançada (mais de sete anos), falta de cálcio e hipoglicemia são outros fatores que precisam ser investigados. Se os filhotes estiverem com o que chamamos de sofrimento fetal, avaliado por ultrassom, sua gata terá de ser submetida a uma cesariana.
Inabilidade materna
Muitas gatas, em especial aquelas com menos de dois anos de idade e muito apegada a seus donos, talvez não sigam seus instintos, e por isso não terão capacidade de auxiliar o filhote. Alguns nascem envolvidos pela placenta, membrana que precisa ser rasgada. Os filhotes podem fazer isso com as unhas e o movimento de cabeça. Mas se não são estimulados pela mãe, podem morrer asfixiados. Se isso acontecer, o melhor é o tutor fazer o papel de mãe e preferencialmente diante de sua mascote. Ao vê-lo esfregando os filhotes, pode ser que a gata se encoraje.
Imobilidade do filhote
Filhotes que nascem parados e não se movimentam podem caracterizar o que chamamos de natimorto. Às vezes a morte ocorre dias antes do parto. Sendo esse o caso, é possível perceber que o feto é menor e menos desenvolvido que os irmão. Isso se percebe na boca, unhas e pontas das orelhas. Um filhote que não se movimenta e conta com a inércia materna corre risco de morte pois precisa ser estimulado a respirar. Não tenha medo de esfregá-lo com uma fralda de tecido limpa. Friccione a pele das costas e a cabeça do filhote, incluindo boca e nariz. Na fisiologia de um parto normal, a fêmea revira o filhote e o lambe constantemente. Esse movimento o incomoda e acaba estimulando seus sentidos.
Comportamento materno inadequado
Algumas fêmeas podem apresentar um comportamento atípico durante o parto. Às vezes elas até correm e se escondem, uma forma de fugir do que está acontecendo em seu corpo. Da mesma forma, agridem aqueles que tentam ajudar ou até mesmo devoram os filhotes. Essas mascotes precisam de supervisão durante todo o parto. Sendo assim, provavelmente deverão ser afastadas de seus filhotes até que seja atenuada sua ansiedade. A normalidade, assim que restabelecida, deixará os filhotes fora do perigo.
Tempo transcorrido desde os primórdios do parto
Muitos tutores não sabem exatamente quando o parto teve início. Ainda mais se acordam pela manhã e encontram a gata ofegante sem saber há quantos minutos (ou horas) ela se encontra naquele estado. Esse cenário pode ter a duração de um dia inteiro, com os filhotes nascendo no início da noite. Pode ser que ela tenha no útero um filhote muito grande, aqueles que não passam pelo canal do parto. Isso acaba impedindo a saída dos irmãos. A falta de contração também deve ser considerada em gatas que sofrem de desnutrição ou hipocalcemia.
E importante: fraturas antigas de bacia são potentes causadores de parto distócico em gatas por impedir o afastamento dos osso.
Não havendo certeza se o comportamento materno teve início à meia-noite ou às seis da manhã, recomenda-se não esperar até além das cinco da tarde para procurar auxílio veterinário. Mesmo que seja apenas para ficar em observação por profissionais de sua confiança, melhor estar acompanhada do que só. Cabe lembrar que é melhor um atendimento à luz do dia e no horário comercial do que submeter sua mascote ofegante à peregrinação noturna em clínicas veterinárias com plantão 24 horas.
Parto prolongado
O parto prolongado provoca na gata um quadro semelhante àquele de tempo transcorrido desde os primórdios do parto. A diferença é que aqui um ou mais filhotes já nasceram. Depois disso, horas se passaram sem novos nascimentos. Dentre as causas mais prováveis para explicar esse atraso (cinco horas é o prazo máximo de espera para aumentarem as chances de um final feliz) é um feto morto. Aquele de dimensões gigantescas que tranca nos ossos da bacia pode ser outro problema.
Tempo de expulsão entre os filhotes
O mais importante antes de saber o tempo do parto entre irmãos é quantos fetos aproximadamente estão sendo esperados no parto. Essa informação você obtém por meio de exames de imagem dias antes do parto. É importante saber para que você não perca tempo esperando por um filhote que não vai nascer porque na verdade ele não existe.
O período que leva a expulsão de um filhote após o outro é uma incógnita variável difícil de mesurar. O melhor a fazer é verificar os sinais da parturiente e deixar tudo anotado para caso de ficar mais evidente a necessidade de intervenção. Já vi feto ser expulso segundos depois do irmão e também quase um dia depois dele. Pode-se dizer que um tempo razoável é de até duas horas, mas se passar disso não entre em pânico. Pode acontecer que depois de uma contração muito grande venha dois filhotes, um de cada corno uterino, quase que simultaneamente.
Um parto prolongado pode ser o início de um outro quadro que exige cuidados especiais, o do parto distócico.
Feto retido no canal do parto
Nesse caso não há muito o que fazer em casa e sua gata precisará de intervenção imediata, além de acompanhamento pós-parto para não sucumbir em função de infecções que uma manipulação destas requer. Um filhote que se insinua pela vagina e dela não sai pode morrer e também comprometer a saúde de sua mãe. O certo é que se ele não for removido, os que ainda se encontram no útero materno morrerão em questão de horas.
Algumas vezes é possível auxiliar o filhote retido e puxá-lo com as mãos; outras vezes, porém, forçar sua saída apenas intensifica as lesões no canal vaginal materno sem nada resolver, ainda mais se é a anatomia da bacia da mãe o foco da distocia. Se você é da área médica e sente-se seguro para tentar auxiliar sua mascote, clique aqui. O link é destinado às cadelas mas a mesma técnica se aplica para gatas. Ainda assim, recomenda-se a assistência presencial de um veterinário qualificado para uma possível cesariana de emergência.
Últimas considerações
- Saiba que uma diminuição da atividade e do apetite podem aparecer durante todo esse período que é o parto.
- A temperatura retal geralmente diminui meio grau, mas por estar entre 37.7 e 38.7 sem maior alarde. Além disso, as mamas começam a ceder ao peso do colostro que já se acumula e os tecido vaginais estão distendidos. Essa elasticidade, contudo, é necessária para não lacerar os tecidos no momento da expulsão.
- Algo que preocupa os tutores mas se mostra normal nessa fase é a quantidade de água exagerada que sua gata toma durante o trabalho de parto.