Eles conseguiram. Apesar de todas as dificuldades, a Holanda tornou-se o primeiro país a acabar com os animais de rua – e isso sem matar nenhum deles.
De acordo com o site myanimals.com, a façanha se deve não apenas à organização de seus habitantes, que vem se esforçando nesse sentido, mas também pelo histórico holandês em relação ao bem-estar animal. As tentativas de proteger animais de vida errante datam há 150 anos. Além disso, não apenas as características sócio-econômicas contribuíram com o sucesso da empreitada, mas também a consciência dos 17 milhões de habitantes para a necessidade de estabelecer pontos de controle.
Como a Holanda se tornou o primeiro país a acabar com os animais de rua
Enquanto em pleno século XXI ainda discutimos a eficácia da aplicação das leis que amparam os animais, a Holanda já criava seu primeiro abrigo para cães sem tutores ainda no século XIX. Campanhas educativas e de conscientização foram organizadas com o objetivo de ressaltar os direitos dos animais, assim como conscientizar sobre os danos sofridos pelas mãos do ser humano. Também se enfatizou a importância de se romper o ciclo do abandono. Isso porque animais de vida errante são vetores de doenças, e a Holanda também teve suas baixas devido a proliferação de uma zoonose que contou com a presença dos cães para sua disseminação: a raiva.
Mas além de um povo instruído e há décadas trabalhando a população para as questões sociais, o bolso também teve um importante papel no sucesso da iniciativa. Seguindo uma antiga estratégia em administração pública, mexer no bolso sempre faz um cidadão rosnar de raiva. As leis na Holanda se fizeram valer. Maltratar ou abandonar um animal significa 16 mil euros a menos na conta bancária e uma sentença de prisão de até 3 anos. Não bastasse conter a violência, com vistas à adoção de animais, castrações são oferecidas gratuitamente. Impostos elevados para a aquisição de cães de raça também estimularam a adoção dos animais abandonados que começaram a ter seu número reduzido.
Todas essas medidas aliviaram sobremaneira a questão do animal de rua. Sabe-se, contudo, que elas só tiveram êxito porque as condições e o modo de vida holandeses foram terreno fértil para a a implantação de práticas que deram muito certo.