Cachorro e gato morrem de saudade? O termo pode não ser bem esse, dizer que cachorro e gato morrem de saudade do dono é um pouco de exagero. Mas que o súbito e prolongado afastamento pode abater seu mascote e contribuir com o surgimento de doenças e muitos aborrecimentos é verdade. Sendo assim, a preocupação sobre os efeitos desse sentimento sobre seu pet tem fundamento. Cão e gato não sintem exatamente saudade, essa que referem seres humanos, mas os efeitos provocados pelo afastamento do tutor se assemelham àqueles vistos no quadro de ansiedade de separação. Enquanto alguns apresentam sintomas durante longos períodos de ausência dos tutores, há quem já comece a manifestar ansiedade com poucas horas sem a presença deles.
E como se ameniza a ansiedade por separação?
A principal estratégia é sempre acostumar seu pet a um plano B, ou seja, a uma outra pessoa. Isso nem sempre é fácil porque cada dia estamos mais mergulhados em grandes centros urbanos, uma das razões que explica o boom do animal de estimação no Brasil. Quem não tem família na cidade, o melhor é já ir pensando em uma rede de relações que lhe dê suporte quando for necessário estar longe de seu pet. Existem separações programadas, como uma viagem ou período de estudos, data que permite a vocês dois um treinamento para que seu mascote entenda que a privação de sua companhia não é para sempre.
Mas ocorre que você não teve tempo de pensar nisso. Sua ausência se fez necessária em caráter de excepcionalidade e agora seu pet está sob os cuidados de um estranho, em casa sozinho ou mesmo em um hotel. E se ele resolver não comer nada até você voltar? E se a ansiedade constante afetar seu sistema imune a ponto de ele apresentar desequilíbrios hormonais?
Como saber se ele vai sofrer com sua ausência
Antes de se preocupar, saiba se seu mascote é daqueles que vai decair longe do dono. Isso se percebe no dia-a-dia. Os vizinhos estão entre os maiores aliados para você saber o que se passa com seu mascote quando você não está em casa. Alguns transtornos indicam que ele não está se adaptando com a solidão, tais como:
- Miados, uivos excessivos e latidos constantes,
- Lambedura sem explicação e geralmente nas patas dianteiras;
- Falta de apetite;
- Andar sem parar pelos corredores da casa buscando por algo ou alguma coisa;
- Repetir movimentos, como aproximar-se da porta, erguer-se sobre ao parapeito da janela, virar o pote de comida.
Se seu mascote faz isso em casa, ele é candidato a sofrer em uma ausência prolongada. Sendo assim, você precisa fazer um “intensivo” com seu pet mascote quando uma longa viagem estiver próxima.
Seguem abaixo algumas recomendações que podem ajudar seu mascote a lidar melhor com seus sentimentos:
- Crie vínculos com outras pessoas, socialize seu pet com a diarista, um vizinho, amigo ou namorado;
- Se você não pretende estimular esse grau de envolvimento, melhore a qualidade de seu tempo com ele. Vez ou outra o deixe o dia inteiro em uma pet bacana, dessas que oferecem serviço de entretenimento aos mascotes;
- Deixe acessórios e peças de roupa que estejam com seu cheiro perto da cama de seu pet, mas tenha em mente que ficarão imprestáveis depois disso;
- Brinque com ele quando estiver em casa, mas não o deixe exausto;
- Faça uma auto-análise e verifique se você tampem não é uma pessoa ansiosa, isso costuma afetar os pets;
- Procure ajuda de profissionais se ele é desses que não larga do seu pé. Um animal dependente do dono pode ser bom algumas vezes, mas na sua ausência se torna um grande sentimento de culpa.
Não houve preparo e você precisa ficar longe de casa, e agora?
Não pense que a necessidade exagerada de seu pet por sua presença é um sinal de afeto. A longo prazo, isso será um grande problema. Saudade prejudica o bem-estar do mascote que gravita em torno do dono. Agora, se for necessária uma ausência repentina, como falecimento na família, não se assuste com as consequencias. Mesmo que seu pet fique sem comer por três ou quatro dias ele pode se restabelecer assim que o vir. No entanto, felinos podem ter retenção urinária, o que pode complicar se passar mais de 4 dias. Acostumar seus pets a ficarem sozinhos desde os primeiros dias não é maldade, mas um grande investimento, o primeiro passo para prepará-los para as necessárias ausência dos tutores e ampliar sua liberdade de ações.
Antes da viagem, converse com seu veterinário para estar de sobreaviso acerca do que fazer no caso específico do seu mascote. Se seu pet mostrar sinais de abalo, ele poderá interferir clinicamente a ponto de retardar, e até mesmo evitar que seu animalzinho adoeça por conta da falta que você faz.