Existe uma falsa ideia de que animais, por terem pelos, não passam frio como nós. Isso é um erro: cachorro morre de frio. e até mesmo congelado nos países que costumam ter neve no inverno. Nos Estados Unidos existe até campanha para não esquecerem os cachorros desabrigados do lado de fora da casa em dias de nevasca. No Brasil, podemos não ter neve, mas nossos cachorros não estão geneticamente preparados para suportar baixas temperaturas, ainda ais de forma abrupta como frentes fias. Por conta disso, tutores acabam perigosamente negligenciando os cuidados com o frio.
Outro mito vem de dezenas de gravuras da Idade Moderna que retratam animais em meio à neve. Mas a verdade é que eles sofrem e, em contato direto com superfícies geladas, podem desenvolver ferimentos nas almofadinhas plantares, além de gripes, resfriados e até pneumonia.
Cachorro morre de frio
Embora o Brasil tenha exemplares de raças originárias de regiões gélidas, os animais perderam a capacidade de se proteger do frio após décadas vivendo em país tropical. Isso porque, além de genética, precisam os cachorros de uma boa camada de gordura debaixo da pele. Mas quanto de gordura é necessário acumular? E os animais pequenos e sem pelo, como fazem para se proteger?
Saiba que o interessante nessa época do ano para um cão de porte médio é que essa camada apresente aproximadamente um dedo de espessura. Assim, fica mais fácil manter a temperatura do corpo em níveis adequados. Aliás, é em busca dessa tão preciosa camada extra, recomenda-se aumentar a quantidade de ração no inverno em especial aos cães de guarda, aqueles que pernoitam fora de casa.
Porém, mesmo cães geneticamente selecionados para suportar o frio necessitam de tempo para se preparar para esses dias. Isso porque a adaptação se faz de forma gradual e progressiva. E por conta desse atraso é que o acúmulo não se mostra satisfatório quando o assunto é queda brusca de temperatura. Se para eles já é complicado, imagine o que acontece com um Chiuaua, por exemplo?
Como saber se o cachorro sente frio?
Aqueles descendentes de animais com pelos abundantes, como Akita, São Bernardo e Samoieda, o pelo já funciona como um bom cobertor, desde que não esteja molhado. Com cachorro de pelo curto, no entanto, o cuidado deve ser redobrado. Além deles, filhotes e pets idosos também sofrem em condições climáticas mais frias. Por causa disso, eles podem desenvolver facilmente doenças respiratórias. E, às vezes, um tapetinho não basta: é necessário protegê-los do sereno fazendo uso de cobertores, casinhas e roupas.
Se você está esfregando as mãos e colocando casaco, não pense que a sensação térmica de seu pet é diferente.Três sinais deixam claro esse problema (hora em que uma roupinha será bem vinda):
- acessos de tremedeira
- ponta de orelhas e patas mais frias ao toque do que o habitual
- o cachorro se encolhe todo em cima de um tapete
Como proteger seu cão do frio
O uso de agasalhos e roupinhas não faz mal ao pet, porém devem ser usados de forma correta. Uma roupa não pode ser desconfortável, apertada demais ou impedir movimentos. Nem todo animal gosta de estar vestido e, nesse caso, uma dica é colocar uma roupa de malha básica e relativamente frouxa poucas horas por dia. Faça isso preferencialmente naqueles horários mais frios da manhã ou durante à noite para que o pet se acostume. E nada de cintos, fivelas ou capuz. Cachecol é outro acessório que mais trabalha do que ajuda pois pode provocar acidentes e até enforcamento.
No sul do Brasil, pets devem ser protegidos, além do frio, da umidade e dos ventos. Portanto, se seu cão é um animal de guarda, verifique se ele está em condições adequadas para manter sua temperatura corporal. Para um Dobermann, por exemplo, dormir ao relento em noites de inverno é submetê-lo ao flagelo do frio. Sendo assim, ele pode tremer durante todo esse tempo e até adoecer. Isso já não acontece tão facilmente com o Rotweiller, animal mais reforçado em sua estrutura e isso inclui a famigerada gordura.
Então, o ideal é levá-lo para passar a noite dentro de um local coberto. Todavia, não sendo isso possível, certifique-se de que o cão exerça sua função bem abrigado. Ao contrário do que muitos pensam, forçar um animal a se adaptar ao frio não funciona. Seu cão vai sofrer as consequências da hipotermia, o que já é meio caminho até uma clínica veterinária.
E, por fim, a última dica: nessa época do ano, sempre que possível mantenha seu pet em contato direto com o sol.