Gato que sente a falta do dono pode ser uma situação tão grave a ponto elevar seu pet ao hospital. Sim, já vi acontecer. E os tutores tiveram de abreviar o tempo nos Estados Unidos porque o gato simplesmente parou de comer.
Tem gato que gravita em torno do dono e quando este precisa se ausentar por longo período de tempo, por motivo de doença, viagem ou até mesmo falecimento, famílias se vêem em apuros. Saiba de antemão que aquilo que você sente quando está longe do seu gato pode ter uma intensidade indiscutivelmente maior em seu mascote, uma vez que ele não entende nada do que está acontecendo, apenas que seu amado dono, para alguns a verdadeira razão da sua vida, simplesmente sumiu de casa.
E agora? O que fazer com o gato que sente a falta do dono?
Até onde conseguem compreender, gatos entendem que foram deixados para trás, e é aí que começa o drama. Seu sofrimento, sua angústia é tão real que alguns sucumbem à dor e adoecem de verdade, isso porque perdem o apetite e tudo o mais que o cerca passa perder o sentido. Se assim for, o animal está em depressão e tratamento pode ser necessário, o que inclui medicina floral.
Como saber se o gato está deprimido
- Perda de apetite;
- Atitude desanimada;
- Desinteresse geral inclusive por suas brincadeiras e comida favoritas.
- Animal sem rumo, calado ou, ao contrário, miando pela casa em busca do tutor desaparecido.
O que fazer com o gato que sente a falta do dono
O que fazer para amenizar a saudade que o gato sente do dono? Já ouviu falar em teoria do abraço? Pois então, abraço, abraço, abraço…muitos abraços é o remédio caseiro que se deve abusar sem parcimônia. A lacuna deve ser preenchida nem que seja de forma parcial, mas já é um começo de recuperação. Havendo mais pessoas na casa, eleja aquela com quem ele também nutria certa afinidade quando ainda tinha seu tutor, e seria interessante que essa pessoa desse prosseguimento àquilo que o mascote mais gostava de fazer. Pode ser ver televisão na poltrona espaçosa, passear, brincar de bolinha. Dar início a uma nova e prazeirosa rotina também vale.
No início ele pode não querer, mas com o tempo a tendência é praticar alguma de suas antigas atividades e isso inclui comer sua comida favorita. É, o estômago também ajuda nessa fase ruim. Como ele não entende palavras – e não pode por meio delas receber consolo -, o jeito é desfocar sua mágoa, manter sua mente ocupada com atividades que estão ligadas à sua essência primitiva, que é saciar e fome e ter momentos de prazer.
Para quem pode, saiba ainda que levá-lo para fora do circuito também é interessante. Novos odores e situações inusitadas podem despertar seu interesse que não apenas saber onde está o seu tutor.
Em caso de viagem, há tutores que fazem uso da tecnologia e falam via celular com seus mascotes. Há quem relate certa melhora, o que eu duvido e acredito que pode acentuar a angústia. Felinos são seres seiscentes e primitivos que se comunicam com o toque, a fala, os odores. Um aparelho de nada adianta mesmo que o dono faixa uso das palavras conhecidas entre ambos. O que seu pet quer é sentir o calor do tutor. Respeitando aqueles que dizem trazer alguma melhora, cabe salientar que esta pode se dever mais aos esforços dos outros integrantes da família em desviar o foco de saudade do gato.
Atenção às enfermidades!
Alguns felinos podem ter problemas urinários acentuados devido à ausência do dono. Isso tem a ver com equilíbrio de pH e retenção urinária, uma espécie de “birra” devido ao seu estado depressivo. Isso é um problema de dimensões consideráveis. Se esse for o caso do seu mascote, tenha em mente que ele poderá ter de fazer algumas visitas ao veterinário, profissional que poderá orientar o que pode ser feito para evitar que o gato sofra com disfunções do aparelho urinário. Gatos que se alimentam mal podem forçar os novos tutores a trocar a dieta, o que pode não funcionar muito bem.
Quando é necessária ajuda profissional para o gato que sente a falta do dono?
Gatos extremamente apegados aos seus tutores devem receber auxílio e atenção de outros integrantes da família preferencialmente de forma antecipada, no caso de viagem do tutor. Se a ausência se deu de forma abrupta, por motivo de hospitalização, verifique quanto tempo ficará o tutor fora do convívio familiar. Um parto pode deixar a tutora 4 dias fora de casa, o que via de regra não causa grandes danos ao seu mascote. Mas em caso de hospitalizações que ultrapassem 15 dias, converse com o veterinário sobre o que pode ser feito em termos de saúde e alimentação.
Também verifique a possibilidade de o mascote poder visitar seu tutor internado. Não é utopia, isso tem sido cada vez mais aceito pelas instituições médicas tendo em vista o bem que tal aconchego pode fazer aos pacientes, sem falar no alívio de seu pet de finalmente poder sentir, por alguns instantes, que ele não foi deixado para trás.
Pode-se trazer para casa um novo gatinho?
Muito cuidado com essa decisão. Seu gato pode ser idoso e um novo companheiro, seguramente mais jovem, vai levá-lo para uma rotina que talvez não ser interessante. Mas o contrário também pode acontecer e talvez um novo amigo possa trazer entretenimento. Se o tutor é paciente terminal, essa hipótese devia ser considerada. Outro mascote pode ser motivo de satisfação, uma nova rotina que passa a se instalar na casa. Pode funcionar, mas também pode ser um desastre. Cabe a avaliação da família sobre o sucesso da decisão.