Pensando em adotar um guaipequinha, mas tem dúvidas quanto à personalidade do cão adotado? Saiba que traços de determinadas raças no seu candidato à mascote podem ajudar a orientar sua escolha. Cães mestiços podem ter determinadas características acentuadas pela genética de seus antepassados.
Mas atenção: embora vira-latas tendam a ser mais resistentes a doenças se comparado àqueles de raça pura, isso não isenta o animal de sofrer com alergia alimentar ou outras questões que afetam a saúde dele. Descender de uma raça é um norte, uma ideia a ser considerada, mas pode não ser determinante. Uma vantagem de saber o fenótipo específico é explicar o aparecimento de determinada patologia, doença típica de determinada raça.
Veja algumas observações sobre as raças que deixaram traços na personalidade do cão adotado.
Pastor Alemão
O pastor alemão pode ser um animal fiel, protetor da casa e da família. Alguns ainda mantém a “capa preta”como um fenótipo marcante e com pelagem que pode variar de densa a bem ralinha. Um problema que foi reduzido com a miscigenação foi luxação coxo-femural que era comum nessa raça. O pastor alemão é considerado uma das raças mais inteligentes, tanto que foi usada em guerras, e uma característica que transmitiu para seus descendentes foi o instinto de proteção àquele que fornece alimento e abrigo.
Cocker Spaniel
Cães de tamanho médio, orelhas penduladas e peludas denunciam traços de Cocker Spaniel. O bichinho pode vir também com “pintinhas” na pelagem, o que pode lembrar um Pointer. Sendo assim, um filhote pode roer a casa toda até os dois anos de idade. Ainda que roa até seus chinelos, continua sendo uma raça companheira, compreensiva e parceira das crianças. Tem tendência a apresentar problemas no ouvido, mas a miscigenação pode ter atenuado em função de modificações anatômicas.
Poodle
Os pelos enrolados em um tamanho pequeno pode ser fenótipo do poodle. Seus descendentes podem ser animais temperamentais, daqueles tipo “invocadinho”. Uma característica desejável que ele pode ser herdado de seus ancestrais é que estes não soltavam pelos, razão pela qual ficaram tanto tempo nos lares brasileiros. Podem apresentar problemas nos joelhos, o que costuma ser um problema nas raças microtoys. São animais com personalidade marcante e costumam gravitar em torno de seus donos.
Pinscher
Nos anos 80 e 90, além de uma boa companhia, a raça era vista como excelente agente de manutenção da segurança da casa mesmo com o pequeno porte. Inteligentes e protetores, elegem uma pessoa na casa para ser “seu humano”. Extremamente atentos, latem para qualquer ruído, o que pode ser bom para algumas pessoas mas pouco agradável para outras.
Pequinês
Os cãezinhos com nariz socado para dentro e com o rabo meio enrolado podem ter herdado do pequinês o temperamento calmo. Animal dócil, os pequineses eram os campeões no quesito problemas de pele mas a tendência é a miscigenação ter fortalecido a imunidade e reduzido esses problemas dermatológicos. O focinho um pouco mais alongado também reduziu os frequentes distúrbios respiratórios e oftálmicos que tanto perturbavam os puros da raça.
Lhasa, Shitzu e Maltês
Os peludinhos dos anos 2000 também deixaram seus descendentes. Eles permanecem peludos, ainda mais se foram cruzados entre eles, e tendem a ser mais independentes do dono se comparado ao Yorkshire, por exemplo. Eles dormem mais, de fato, o que exige menos de seus tutores no quesito atenção. Mas como estamos falando de animal mestiço, também pode ser que tenha perdido esse comportamento mais tranquilo. Preste atenção aos seus movimentos e a frequência com que late.
Yorkshire
Outra febre dos anos 2000, os mestiços tendem a lembrar seus ancestrais em função da pelagem escura, ainda mais se estamos falando da segunda ou terceira geração. A quantidade de pelos é que diminui, salvo se o cruzamento também foi com cão peludo. A tendência à oleosidade que alguns apresentam pode ter desaparecido com a miscigenação. Em virtude da proximidade com o dono, tendem a absorver o nervosismo e a apreensão deles. Sendo assim, alguns desses cães se tornam animais mais amedrontados quando longe da presença dos tutores. Então, atenção para não criar mestiços no colo e transferir para eles a ansiedade do dia-a-dia.
Collie
A Lassie dos anos 80 ainda deixa seu alô em alguns cães de abrigo, aqueles com focinhos pontudos, retos e pelagem densa. O cruzamento com pastores foi comum nos anos 90, então o temperamento reconhecidamente dócil que a manteve anos como a queridinha dos brasileiros perdeu espaço em função de seu tamanho e cuidados com a pelagem. Quem conviveu com um Collie conhece a sensibilidade indiscutível do animal que parece sempre pronto para ajudar. Ofereça a mão ao candidato e não se surpreenda se ele tocar seus dedos com a pata ou focinho.
Não identifiquei nada. E agora?
Se seu candidato à mascote não tem cara de nada e coisa nenhuma, mas caiu no seu agrado, observe se ele atende aos critérios que são indispensáveis para sua adoção. Cão agitado no abrigo não será tranquilo dentro de casa. Mas tranquilidade talvez seja uma característica que você quer distância.
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O animal mais encolhidinho e que não abriu a boca, aquele que levou as orelhas para trás e pediu colo com os olhos pode ser o mascote companheiro e silencioso que você deseja. Por outro lado, os mais serelepes, que mantém o rabo a 220V, donos de um olhar penetrante, podem ser o cusco que vai correr na praça atrás da bolinha de tênis que você vai jogar. Converse com o monitor sobre a rotina do cão ao longo do dia. Da mesma forma, visite-o em diferentes momentos do dia para observar seu temperamento. Parece preciosismo, mas são pequenos detalhes e observações que podem selar uma grande e duradoura amizade.