
Que é bom ter um cachorro em casa muita gente sabe. Cachorro significa brincadeira, segurança patrimonial e principalmente companhia. Mas cientificamente falando, estudos recentes se debruçam nos benefícios, em especial aqueles relacionados à saúde, trazidos pela presença de um cachorro ou gato em casa.
Desde a Idade Média sabe-se que é bom ter um cachorro em casa
Na segunda metade do século XX, pesquisadores começaram a explicar o que a humanidade há milênios já vinha fazendo. Ter um cão como auxílio à guarda do patrimônio já era uma prática reconhecida na Antiguidade, utilidade número 1 dos cães também na Idade Média. Nessa época, cachorros atingiram um importância impossível de mesurar em nossos dias pois a eles se devia a segurança das ovelhas. Se é bom ter um cachorro em casa, naquele tempo eram necessários alguns deles para proteger o alimento de um povoado inteiro. Só por conta disso, se explica a grande utilidade deles e o reconhecimento por parte de alguns aldeões que passaram a cuidar melhor de seus cães, o guardião do alimento de um povo.
Cachorro de guarda
Essa característica, proteção e guarda, prosseguiu justificando a permanência do cachorro junto aos humanos mesmo sob a sombra corrosiva da Inquisição. É, ser cachorro a partir do século XIII não foi fácil. Naquele tempo, cães eram considerados satânicos e adoradores do demônio, uma bizarra correlação que até tinha explicação. Como eram animais errantes, muitos passavam fome e adoeciam. Por conta disso, transmitiam doenças para as pessoas. Na ignorância daquele tempo, esse fato era interpretado como sendo uma chaga enviada por Satanás. Aí danou-se, e pobre do cão. E há quem tenha sido queimado junto com seus cães por ter tido o bom coração de acolhê-los da rua.
Coração saudável é coração feliz
Ironicamente, em nosso dias, é ele, o coração, quem mais se beneficia da companhia de um cachorro. Bem antes dos porteiros eletrônicos e das cercas elétricas, era dele a tarefa de auxiliar na guarda do patrimônio, uma segurança que banha de tranquilidade o sono – e o coração – de um tutor. Isso porque o cachorro pode funcionar como aliado àquele cujo coração já não pode suportar grandes tensões, essas intensificadas durante a insegurança noturna.

É da Universidade da Pensilvânia, na década de 90, o estudo que levou em conta a presença de um cão como auxílio à manutenção do bem-estar de um indivíduo. Até, de tender a perder menos o sono durante a noite, um tutor guardado por cão acorda menos vezes sobressaltado em função dos ruídos estranhos nas imediações de sua residência. Por conta disso, a presença de um guardião noturno faz o passar das horas algo menos opressivo.
Redução da ansiedade e preocupações
Cientificamente falando, não é o cão um criatura com poderes mágicos, uma fonte milagrosa que se derrama sobre seus donos o bálsamo da restauração. Mas o que explicaria a interferência do animal no desenvolvimento de doenças cardíacas é sua capacidade de reduzir o estresse crônico e a ansiedade. Esses males, sim, têm potencial destruidor sobre a saúde dos humanos, e tudo que faça essa tensão se reduzir é bem-vinda ao paciente.
Cães e gatos sabem ajudar seus donos (livro)
Sendo assim, reduzir a ansiedade, seja esta representada pela preocupação noturna ou a solidão diurna, também teria um efeito positivo sobre aqueles que sofrem de doenças trazidas com o estresse prolongado, a exemplo de eczema, hipertensão, úlcera, dor de cabeça e até impotência.

Fatores sociais e psicológicos também foram considerados no estudo, além do hábito de fumar e de ingerir bebidas alcóolicas. Mas há um consenso de que uma vez atenuada a causa do estresse crônico, tanto melhor para o paciente, ainda mais se parte dele o reconhecimento de que é bom ter um cachorro em casa.
Tempo de sobrevida após cirurgia nas coronárias seria maior para quem tem animal em casa
Embora tenham efeitos direto sobre o estresse de seus donos, não são apenas os cães de guarda os benfeitores da saúde cardíaca dos humanos. De acordo com a pesquisadora, Dra Erika Friedmann, ter um pet, seja cachorro grande pequeno ou até um gato faz diferença nos pacientes cardíacos, trabalho publicado também no The Waltham Book of Human-Animal Interaction: Benefits and Responsibilities em 2013.
Esse estudo considerou o tempo de sobrevida de dois grupos de pacientes, um com e outro sem pet em casa, após um ano da data de hospitalização devido a problemas nas coronárias. O resultado mostra que 5,7% dos 53 proprietários que eram donos de pets não sobreviveram dentre desse período, contra 28,8% dos 39 pacientes sem pets que tiveram o mesmo destino.
O segredo é não sentir-se só
É bom ter um cachorro em casa quando a pessoa não quer se sentir só. Embora ele não substitua os relacionamento humanos, é uma animada presença que espanta a solidão naqueles que conseguem se conectar à rotina do animal. O que se conclui das pesquisas é que a pessoa que compartilha do dia a dia com animal tende a ser um indivíduo mais social, ou seja, uma pessoa mais propensa a ter amigos, conversar e sorrir, o que ajuda a reduzir o estresse. Esses hábitos, quando juntos, refletem um estilo de vida mais saudável e com menor nível de tensão. E é exatamente isso que contribui para a longevidade dessas pessoas, seres humanos que podem contar com o olhar e ouvidos atentos de um cão que, além de tudo, ainda é seu mascote de guarda e de companhia.