Por que animais de estimação ajudam a viver mais? Porque são criaturas de arquétipo mental simples e dotadas de extrema afetuosidade.
Muita gente enfatiza os benefícios trazidos pela presença diária do animal de estimação sobre a saúde de seus donos. Mas quais são exatamente os mecanismos que respondem positivamente a esta afirmação?
Segurança e vida em grupo: os remédios contra a ansiedade
Essa relação de benefícios remonta à Idade da Pedra, mas foi na segunda metade do século XX que pesquisadores começaram a explicar o que a humanidade há milênios vinha praticando. Ter um cão como auxílio à guarda do patrimônio já era uma prática reconhecida na Antiguidade. Mais tarde, tornou-se utilidade número 1 dos cães também na Idade Média, período em que atingiram um importância impossível de mesurar em nossos dias pois a eles se devia a segurança das ovelhas, o alimento que mantinha vivo todo um povoado. E sem alimento, levado por ladrões, o povoado corria o risco de ser extinto no inverno.
Essa característica de proteção e guarda justificou sua permanência junto aos humanos mesmo sob a sombra corrosiva da Inquisição, tempo em que cães e gatos errantes eram considerados satânicos e adoradores do demônio, estranha correlação que até tem explicação. Animais da rua, muitos adoeciam e transmitiam doenças para as pessoas, o que na época era interpretado como sendo uma chaga enviada por Satanás. Aí danou-se. Pobre dos animais. E houve quem tenha sido queimado junto com cães e gatos por ter tido o bom coração de acolhê-los.
Ironicamente, em nosso dias, é ele, o coração, quem mais se beneficia do convívio canino e felino. Antes dos porteiros eletrônicos e das cercas elétricas, era dele, di cão, a tarefa de auxiliar na guarda do patrimônio, um amparo que se estende à saúde de um coração cujas coronárias já não suportam grandes tensões.
Cientificamente falando, animais nos ajudam a viver mais
É da Universidade da Pensilvânia o estudo que se replicou pelos Estados Unidos em 2018. Nele, foi levado em conta a presença de um cão como auxílio à manutenção do patrimônio do lar e do bem-estar da família. Quem tem um cão de guarda tende a perder menos o sono durante a noite e menos vezes acorda sobressaltado com ruídos estranhos nas imediações de sua residência. Logo, a presença de um guardião noturno torna o passar das horas algo menos opressivo, o que tem um valor enorme para cardiopatas.
Cientificamente falando, não é o cão nem o gato criatura com poderes mágicos, uma fonte milagrosa que se derrama sobre seus donos. O que explicaria a interferência do animal no desenvolvimento de doenças cardíacas é sua capacidade de reduzir o estresse crônico e a ansiedade. Sendo assim, tanto a presença do cão quanto do gato se mostram eficazes para esta finalidade. Isso porque reduzem a intensidade de tempo que perdura ansiedade em seus donos. Esse, sim, com potencial destruidor sobre a saúde dos humanos. No momento em que você beija seu mascote e tem momentos de aconchego com ele, todo o corpo relaxa e muda a vibração.
Dessa forma, reduzir a ansiedade durante a noite e permitir, assim, o merecido descanso também teria um efeito positivo sobre aqueles que sofrem de doenças trazidas com o estresse prolongado. E quando o assunto é cortisona no sangue, o que ocorre com pessoas constantemente tensas, outras doenças passam a ser atenuadas com a interrupção da sensação de medo e ansiedade. Como por exemplo, temos eczema, hipertensão, úlcera, dor de cabeça e até impotência.
Fatores sociais e psicológicos também foram considerados no estudo, além do hábito de fumar e de ingerir bebidas alcóolicas que obviamente revidam a vida do ser humano. Contudo, há um consenso de que uma vez atenuada a causa do estresse crônico, tanto melhor para o paciente.
Efeitos no músculo cardíaco
Embora tenham efeitos direto sobre o estresse de seus donos, não são apenas os cães de guarda os benfeitores da saúde cardíaca dos humanos. De acordo com a pesquisadora, Dra Erika Friedmann, qualquer pet que tenha uma ligação afetiva com seu dono faz bem para um paciente cardíaco. O trabalho foi publicado também no The Waltham Book of Human-Animal Interaction: Benefits and Responsibilities em 2013. O estudo considerou o tempo de sobrevida de dois grupos de pacientes, um com e outro sem pet em casa. Após um ano da data de hospitalização (devido a problemas nas coronárias) os dados foram analisados. O resultado mostra que 5,7% dos 53 proprietários que eram donos de pets não sobreviveram dentre desse período. Por outro lado, 28,8% dos 39 pacientes sem pet faleceram após um ano.
Pessoas sociáveis vivem mais
Conforme se analisa os dados, o que pode se concluir com os estudos é que a pessoa que gosta de animais, e que com eles compartilha do dia-a-dia, tende a ser um indivíduo mais social. E sabe-se que vive mais e melhor a pessoa mais propensa a compartilhar da vida com amigos. Conversar, chorar e sorrir com o grupo desafogam a alma e unem os corações. Ademais, partilhar reduz a tensão e se entende melhor a vida. Assim, estresse e ansiedade, os dois vilões do bem-viver, passam também a ser combatidos pelo afeto vindo dos animais de estimação.
Saiba, todavia, que não basta ter animal em casa para se viver mais. Deve o tutor ter afinidade e procurar se conectar aos seus mascotes para se valer desses benefícios. Essa conexão também contribui para a longevidade uma vez que pet deixam os donos mais atentos e com responsabilidades sobre eles. Além disso, mascotes não deixam de ser bons amigos e excelentes ouvintes.
Assim, ganha a vida potentes aliados na manutenção do bem-estar quando recebe o tutor o olhar e ouvido atentos de seu fiel cachorro. Da mesma forma, esse mesmo bálsamo restaurador pode ser obtido por meio de suaves mordidinhas vindas de um gato amoroso que se enrosca nas pernas de seu tutor.